29.1.08

Sobre o lançamento d'A Lápide...

Apesar de quase "adoecer" de ansiedade, tudo deu certo. As expectativas quanto as presenças e receptividade do livro foram superadas, seja pelo carinho das pessoas, pelo amor à poesia, e pelo belo trabalho de divulgação da Cecília. Estiveram lá amigos e amigas de infância, companheiros e companheiras da militância, colegas de outrora, admiradores, familiares. As pessoas beberam, conversaram, tudo num clima de felcidade que eu mesmo não poderia deixar de transparcer. O pessoal da Livraria A Terceira Margem deu um suporte incrível desde que decidimos fazer lá o evento, até o último minuto. Enfim saio desta experiência satisfeito e passo agora a distribuir o livro. A idéia e disponibilizá-lo em mais livrarias e bancas de jornal de Juiz de Fora e de outras cidades do país.
E até o próximo.



Para comprar "A Lápide do Amor - outras poesias" envie um email para alapidedoamor@gmail.com e receba as instruções. O valor é de R$10,00 + frete para outras cidades.

7.1.08

be cool
(ou vai tomar no cool)

*na imagem, Mamul com Nozes, despretensioso

20.12.07

sem título

o segredo
da longevidade encontra-se
no conhecimento
furioso
do
copo
copoesia
cópula(pra cá)
cópula(pra )

18.12.07

poeta 24 horas

Affonso é o maior. Mesmo que Gular tenha escrito o maior poema de todos os tempos, o "Poema Sujo". Porém ambos não parecem ser poetas 24 horas como é Geraldo Carneiro. Tipo fico imaginando Geraldinho no buteco pedindo uma cerva em verso, comprando jiló em verso. Deve amar em verso. Sem naipe acadêmico do Affonso e sem o estilo jornalista do Gular. Geraldo é poeta "strictu-sensu". Antônio Cícero é meio linguísta. Chacal é agitador, teatral. Geraldinho, salve, salve.
e é só.

11.7.07

Rua Nova IV

Teus inconfundíveis berros, de crianças
a brincar na rua, saudavam as férias
noite e dia, no vento ultrajante
que fazia
secar as
roupas no varal, e havia
hora e minuto para comer
para divertir-se

com as palavras sentadas nos degraus
das portas alheias à falar alto
e incomodar os mais velhos, com
nossa
poesia inigualável
aspirando juventude
por sobre
o chão das casas
entre brinquedos
e brigas

e era uma rua
de traslado
obrigatório
reto e seco – ou chegava-se a linha férrea, ou chegava-se ao Paraibuna
o barulho de trem
ou de
água
o medo de enchente
nada era páreo
para
a felicidade
das crianças
de férias
entre bolas e bonecas
e olhares atentos de mães
auspiciosas


e a luta
era pra ver quem
seria
artilheiro
do malandro
futebol de rua

28.3.07

Vingança

tens sede de vingança, incompleta no sangue
de teus avós, teus pais, e teus irmãos
a quem a terra assassinou antes da hora
no martírio nosso de cada dia
que rouba cada minuto da felicidade

(sois ferramenta do mundo
descartada a cada dia
de exploração, noite sem sono)

as janelas abertas
denunciam as fugas
dos sonhos incontáveis
da vida livre
entre a pena e a espada
entre a enxada e o livro
entre o tapa e louça

e acorda a cada dia com
o espírito indomado
da vontade eterna de mudar

17.2.07

2020







escrevo como (tarsila)
quem cerca
o cerco
acerta
o seio
a espera


lástima o poeta espreita o peito a dor que cura
(Basquiat)







a quem a
deus serve a escrita
emputecida esgueira a porta aberta

5.2.07

Michel Melamed - Regurgitofagia 2

"Casa Comigo..."

12.1.07

O insurgente



- O que agüenta teu corpo – pergunta o patrão
- Nada mais – responde o insurgente
a mão rebelde
derruba o chicote
e assusta
a cômoda expressão
do explorador
que
não mais
dorme
cheio de confiança
e com a cheia pança
dos frutos de quem
planta
(mas não come)
seja o grão
do cereal
ou o doce
final
do pão

eis que o insurgente
derriba aflitos mapas
na praça, em busca da
especiosa raiz
(1)

ergue o
braço em riste
a voz

destrói pretensões

interrompe
covardias

Tiago Rattes de Andrade

(1) Affonso Romano de Sant’anna, Que país é este?

29.12.06

A morte espanta

foto: Sebastião Salgado

deitam folhas ásperas
os braços vicinais
entre o fruto flor boca
e a queda
a mão firme alterna
entre o susto
e desespero

mal sabe a dor cor
quem teme
a alma
acerta o beijo

a face
enrubesce

e a morte espanta

19.12.06

Conceição de todos nós

mais uma experimentação.... com toda ajuda da Cecí...

12.12.06

Meu bar, querido bar...

falando de bar? lembro-me de Aldir Blanc... sempre
Meu bar


meu bar, querido bar, onde
mesas de ferro compartilham sonhos com
boêmios tortos, ansiosos
onde cada gole
reflete um sonho, cada palavra é um gesto
em
meu querido bar. Refugio de minhas certezas
espaço aniquilidor de minhas duvidas
és fruto indelicado de agonia charmosa
de ser-se humano em essência

estalam copos e garrafas
sinfonia
aos meus ouvidos
e minha língua que só sossega
no doce gosto
da cana, ao me lembrar
o cheiro dos engenhos
em meus sonhos coloniais

meu querido bar
onde eu canto
e discurso tal qual Castro Alves
ou Noel
me
subverto
como Baudelaire
agonizo, choro, ao fim
na saudade expectativa de retorno
a morada
dos justos
lar de todos

espaço público

prefiro ti,
onde os fogões falam alto
e exalam aroma
dos apetitosos tira-gostos
que alimentam
seus soldados em
pratos proletários
das carnes
e tubérculos
não-nobres, dos quais
desfazem os mais abastados

prefiro ti, de frente à rua
onde vejo
as belas moças a passar
e pisar em meu coração
e despertar
meu intimo desejo
de viver

e viver, e viver, e viver
só em ti
é completa a vida

ò bar
meu querido bar

25.11.06

Uma poesia em homenagem a Dnar Rocha

o artista

ao Dnar Rocha (25/11/2006)



cores fulgidas
paisagens torpes, condecorando
a natureza
que sobrevive
nos traços
tácitos, do sábio
pincel silencioso, onde
a inspiração respira
a modernidade

o artista
compartilha-se na obra

seus olhos
braços
e boca
sobrevivem
(entre flores e igrejas)
nos relevos das tintas
sóbrias
por sobre a tela da vida
que consagra
o olhar
o andar
do artista
que, agora, timidamente
desfila no infinito

TIAGO RATTES DE ANDRADE

22.11.06

Poeta, o inadimplente

Poesia
é uma
nota
promissória

(que não
se paga)

9.11.06

poesia - sem título

uma experiencia de video poesia. desta vez blogada por aqui...

25.10.06

Compre Almas

Expresso em
descontentamento a morte das palavras, e
o virulento êxito da imagem

que vence o som da fala, das bocas em palavras

e dos gestos que acompanham
as letras que desafiam a imaginação

(o poeta de nada serve nesta terra,
se um dia serviu, teu reino foi deposto
e o poeta nada tem com esta cercania)

expresso em
agouro
o ouro dos tolos
que me seduzem, ou tentam
às favas das tolices
das
tecnologias, estéreis
que nada me fazem sentir

a arte deveras monolítica hoje
é apêndice
de cartazes
publicitários



- COMPRE ALMAS
enjoy


Por que a vida contemporânea é um slogan
E a tv inimiga obsessiva da insônia

16.10.06

Leminski fala sobre os poetas

Leminski explica por que os povos amam seus poetas...

4.10.06

Rua Nova II

Eu experimento as palavras e
o doce gosto da monumentalidade
da infância,ao ver oscarros
e os amigos caros,
amigos
passarem por
sobre a calçada que banha-se
na chuva e solve-se na alvorada
(aqui o sol foge de maneira diferente)
e as lágrimas“inevitam-se”
banhar os rostos contumazes
de emoção,
da saudade ensejada
nesta rua de pedras sob asfalto sob lágrimas sob enchentes sobfestas juninas
do doce gosto de pé de moleque
do soberbo gosto
do jogo da barraca
de bolo deminha vó
da quadrilha
do funk embotado nas janelas
nos passos de dança
coreografados na alma

me sinto feliz
ao pisara qui com estes
pés que aqui aprenderam a
andar com estes braços
que aprenderam a
abraçar e esta boca
que aprendeu a beijar
e estes olhos que
aqui aprenderam a enxergar
e a chorar

só aqui
onde deus dividia o céu
com minha pipa