27.9.06

muitas coisas.poucos pontos.coonestando a falta de nexo.dialogando.

a inspiração é indiscutivelmente a maior capacidade elucidativa que pode diferenciar os poetas, escritores, mortais, homens simples ou não, dos diversos outros seres que habitam os pormenores existenciais da língua. e inspiração é o que falta a todos na minha humilde opinião depois de Machado de Assis. para glauber rocha machado já era modernista mesmo sem saber. sua sintaxe atrevida, suas temáticas ousadas dentro da lógica hipersensivel que vivia a literatura. machado era poeta, mas foi enterrado como "prosista". para os necrofagos dos escritos de lingua portuguesa machado não era poeta. ora bolas, o romance vence a poesia. vide jorge amado. basta escrever sobre as excentricidades de uma região e virará um besta seller. a poesia é menos aberta a excentricidade por que tem exercicio linguistico de sobra. tieta do agreste não caberia num soneto sem parecer algo brega. para eles machado nunca escreveu poesia, e nm foi negro. por que nos ensinam na escola que machado era branco, ou não tinha cor. mas ele era um poeta negro, como cruz e souza, aliterando seus fonemas "esses".
e é vero que poesia e negritude são coisas essencialmente odiadas por qualquer elitizinha que existam em qualquer boteco. em juiz de fora é assim. a cidade é negra. mais da metade de sua população. é latente em suas manifestações a negritude. futebol de varzea. samba. pagode. folia de reis. congado. funk. hiphop. jazz. porém tudo iso fica escondido pela segregação racialgeografica imposta pela remodelação elitistahigienistaracialista da cidade no inicio do seculo XX. juiz de fora tem modernismo sem negritude. chega ser um absurdo impensavel. imaginar mario de andrade sem negritude. tarsila sem os traços afros. portinari sem traços afros. oswald sem o ritmo do berimbau. berimbau-capoeria. capoeira essa que é tratada na cidade por certas figuras que não merecem ter o nome citado como mero esporte. o sujeito vai a tv dar entrevista, sujeito dito escritor, e diz que capoeira não é cultura. ele, sujeito branco, que escreve roteiro de novela e livro jabaculê sobre boate da cidade, fala que capoeira não é cultura. é a reformaurbanahigienistapereirapassosmadeinjuizdefora continuando.
a poesia brasileira pós 22 é pura malemolencia. basta ler oswald. pós 50 é concreta como a realidade. pós 70 é marginal, como todos.
hoje luta é para explicar que existe a
boa poesia brasileira fora do rio de janeiro

12.9.06

s/ título

(viva o corpo que celebra a vida e vive
a ser, ainda que não, mesmo que sim
e sobrevive aos atalhos da morte,
sim a morte que ronda e esvai vida
pelos pulsos desatados que desperdiçam
as algemas do ser si mesmo)

e
poesia
vive nos
cantos, e nos encantos
daqueles
que perfuraram
a vontade e acordam
cedo; pra
ver
o
sol nascer




para assistir um video experimental dessa poesia clique aqui:

11.9.06

pois seria. ia. poesia

a cerca
da poesia - o tema
das
cores e fontes
pode
e é
espaço, entre
o acerto temível
e o desacerto
indescritivel

e poesia vai viver
profana nos lados de lá


poesia
pois ia

3.9.06

devaneio profícuo


poesia, és
bela
do lado
de lá
pois cá
não existe ti
ainda que
a pedra
role
e
o mundo rode
a cerca
que carrega
e cerca as esperanças
que devem
ficar
do lado
de fora, é triste
o fruto
sem luta
só luto
quando a roupa
preta
insiste
em saber-se
dona da verdade estética de
um corpo
que descansa em paz. jaz.

e a poesia acorda pra
cuspir
e tomar café
no bar
mais
longe
de todos nós. a dar nós,
em nossas vidas