16.8.10

Bienal

joão mateus tinha dezessete anos era um fenômeno da arte moderna contemporânea com suas instalações de lixo e suas esculturas de laranja lima que faziam qualquer critico de arte se sentir incomodado joão mateus era a estrela das bienais das revistas caras das tvs a cabo e joão mateus parecia uma estrela com suas roupas engraçadas e seu óculos de aro preto seu cabelo mal cortado e seu tênis azul que pisava nos tapetes vermelhos da arte contemporânea e brilhava em suas individuais com sua cara blasé em entrevistas monossilábicas com palavras de efeito difíceis tudo era “desconstruir” “ousar” “romper” “paradigmas” joão mateus posava de gênio e era acariciado..



flashes voltados
as vanguardas
atônitas
curadorias espetáculo

deslizes premiados palavrórios construídos

curadoria colegiada
desacerto
finjo que sei ou não
tudo é obra de arte
(de dois em dois anos)
a tudo louva-se
tudo é obra do mestre

menos o mestre de obra