21.3.09

radinho

não desligue o rádio zumzum
a anteninha dá choque
mas não me choca zy12 90 megahertz

nosso amor é AM
liga e pede a música
primeiro lugar nas paradas


19.3.09

s/ título_tiagorattes.ponto
achaste um jeito de me enganar. eu me surpreendi e encarei de frente o desafio de me tornar um novo homem, sem vícios, sem virtudes. esse talvez seja o grande homem do século xxi. um excepcional gerente das contas em dia de seu lar. vai haver futuro que a pena capital vai ser cortar gargantas de quem atrasar a mensalidade da academia de ginástica. comerei daqui pra frente frangos grelhados, coca cola zero. caráter zero virgula cinco. eu sei que a azia se mede de acordo com o susto. um soneto é indecifrável na medida que entorta palavras rubras e sangrentas. é por isso que ma humanidade vai se dividir entre aqueles que nunca escreveram um soneto, e aqueles que morreram tentando fazer algo parecido com Vinicius de Moraes ou Shakespeare. a humanidade perece por que desaprendeu a usar o corpo pra algo mais interessante.
cantei mil versos de flor
e joguei pra ti os espinhos
com a lingua pois na pressa
não mais esqueço que poesia
falada encantada
é voz
e voz é corpo esbelto magro
gordo parrudo
minha barriga chapada
minha pança de urso
importa que dessa boca saia poesia
e quando andastes por estas ruas de frio e flor saberá que seus ossos que doem denunciam que um dia você esqueceste de dormir a tempo de acordar no tempo de tomar seu café a tempo. tome tento menino, criança que não come não cresce. adulto que come, morre? pois todas as vovós esquecerem dos colesterois herois da industria farmaceutica e bioquimica. coma pra crescer. coma para morrer. beba água. e não morra afogado. mas pense bem, a vida é curta, até atravessar as ruas.

15.3.09

Sonhei com Nava

sonhei que dava um rolê com Pedro Nava,
nos encontramos às 13 horas
no pirulito mais famoso da cidade
para uma bela tarde, de prosas

e ele me revelava segredos ousados
guardados em sua memória
e eu abismado
queria que ele me contasse
histórias de Drummond,
para que pudessemos fazer piadas
acerca do poeta itabirano

confessei a ele que morria de inveja
de sua escrita e que era infeliz
por não ter sido eu o autor do Bau de Ossos

descemos o calçadão e tomamos um café
e ele indignado com o sabor do adoçante dietético
cobrou de mim mais seriedade da minha geração
sobre coisas elementares

e no fim do dia ríamos de Murilo Mendes
que subia pro Vitorino sabe-se lá por que