11.7.07

Rua Nova IV

Teus inconfundíveis berros, de crianças
a brincar na rua, saudavam as férias
noite e dia, no vento ultrajante
que fazia
secar as
roupas no varal, e havia
hora e minuto para comer
para divertir-se

com as palavras sentadas nos degraus
das portas alheias à falar alto
e incomodar os mais velhos, com
nossa
poesia inigualável
aspirando juventude
por sobre
o chão das casas
entre brinquedos
e brigas

e era uma rua
de traslado
obrigatório
reto e seco – ou chegava-se a linha férrea, ou chegava-se ao Paraibuna
o barulho de trem
ou de
água
o medo de enchente
nada era páreo
para
a felicidade
das crianças
de férias
entre bolas e bonecas
e olhares atentos de mães
auspiciosas


e a luta
era pra ver quem
seria
artilheiro
do malandro
futebol de rua