25.10.06

Compre Almas

Expresso em
descontentamento a morte das palavras, e
o virulento êxito da imagem

que vence o som da fala, das bocas em palavras

e dos gestos que acompanham
as letras que desafiam a imaginação

(o poeta de nada serve nesta terra,
se um dia serviu, teu reino foi deposto
e o poeta nada tem com esta cercania)

expresso em
agouro
o ouro dos tolos
que me seduzem, ou tentam
às favas das tolices
das
tecnologias, estéreis
que nada me fazem sentir

a arte deveras monolítica hoje
é apêndice
de cartazes
publicitários



- COMPRE ALMAS
enjoy


Por que a vida contemporânea é um slogan
E a tv inimiga obsessiva da insônia

16.10.06

Leminski fala sobre os poetas

Leminski explica por que os povos amam seus poetas...

4.10.06

Rua Nova II

Eu experimento as palavras e
o doce gosto da monumentalidade
da infância,ao ver oscarros
e os amigos caros,
amigos
passarem por
sobre a calçada que banha-se
na chuva e solve-se na alvorada
(aqui o sol foge de maneira diferente)
e as lágrimas“inevitam-se”
banhar os rostos contumazes
de emoção,
da saudade ensejada
nesta rua de pedras sob asfalto sob lágrimas sob enchentes sobfestas juninas
do doce gosto de pé de moleque
do soberbo gosto
do jogo da barraca
de bolo deminha vó
da quadrilha
do funk embotado nas janelas
nos passos de dança
coreografados na alma

me sinto feliz
ao pisara qui com estes
pés que aqui aprenderam a
andar com estes braços
que aprenderam a
abraçar e esta boca
que aprendeu a beijar
e estes olhos que
aqui aprenderam a enxergar
e a chorar

só aqui
onde deus dividia o céu
com minha pipa