28.8.11

Eco, edição de setembro

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18.8.11

Piva, meu brother


infância é a melhor lembrança, já que eu
odeio os compromissos,
é por isso que a maioria ama o rock

E ao contrário de Ronie Von,
hoje eu não vou pra enseada ver o sol
nem vou ouvir o violão burguês
tocando insensatez

deixe o cabelo crescer, deixe os óculos em casa
beyourself antes que chegue a adolescência
por que mais tarde as coisas ficam chatas
e você vai passar a vida inteira negando a genialidade do Caetano

A vida é premeditada, não se choque
se fosse improviso
na lápide caberia escrever
“Aqui jazz mais um profeta
de mãos ágeis, intuitivo até o talo”

mas não

a vida é ópera rock de três acordes
a contar histórias ao mundo cego,

e como já dizia o gênio,
não cabe mais trazer justificativas
aos seus olhos.
é melhor ser incluído no “pormenor esboçado”

sou do tempo que o hedonista
era Judas, que droga sintética era
coisa de imperialista
que balada era forma métrica de poema careta
que corvo dizia “Nunca Mais”
e não comia carniça
que só se esquartejava Tiradentes
que cada Elis cortava cabelo
feito cada Joana D’arc
que prazer era o impensável.

que a tua obviedade era surrada na praça pública do poema.

sou do tempo em que não ser compreendido
não era sinônimo de burrice alheia.

mas o tempo é um anjo de Sodoma, meu caro poeta
que rouba o sono das virgens
que aniquila os mercadores
ensinando a Deus, o que é arrependimento.
o tempo é pontapé, e é remédio.
me faz bem.
o tempo é o relógio da garota de programa
é o cisma do oriente
o papa ortodoxo
a virilidade espartana
a pederastia ateniense
é o trabalho escravo
o futebol arte (chupa futebol arte)
é a ave de rapina dos teus dias de ansiedade
é a valsa dancing days dont let me down

e nesta noite
celebremos a vida
cantando um jongo
brindando de copos vazios, meu bem.

por que a forca usual
é um caminho novo
e a estrela cadente é
água
do Paraibuna
brincando de London Calling em Copacabana.


13.8.11

roteiro para filme moderninho

Modo de fazer

1° round: videodigital, escolha. Mas faça adotando um discurso moderno.

personagens: cabelo hipster, tênis all-star, cara caucasiana junkie.
linguagem: algo que se assemelhe ao português. Cosmopolitismo eunuco.


Cena 1: cabe sempre ser chocante, expressar conflito pessoal.
[regado a droguinhas]

Exige-se que o cinegrafista mostre ao máximo. Veia real, cool.

Cena 2: um casal, brasileiro. Mas não deve parecer.
[ela se corta, camera real, pele se vai]

Ele se debate. Em detalhe, saliva e outras secreções.

Cena 3: Sexo.
[recomendação: apenas sombras.]

Nem mesmo o diretor está pronto para isso.


Cena 4: solo, banda indie.


Modo de pós-feito

Na entrevista, cabe ao diretor, discurso Media-Training:
garantir a morte do cinema nacional
e de  projetos artísticos que pensem as grandes questões.

promover loas a internet e a dinâmica do novo mundo.