14.6.12

dos quatro movimentos

movimento 1

crava forte o dente
no batente da porta,
rude estapeia a fé
entorta, verga, força.

chama de socar,
quarar saliva no pé.
douto, assombra
a trilha do calcanhar.


movimento 2

nos dedos, fios,
cabelo um punhado
lacerado, chora
cora o colo, rebenta

nega que aguenta,
faz de bebê, dá água
da palavra, um berro
belo lírico arregaço

movimento 3

esperneia, teme gozo
volumoso, mete verga
enxerga, ou não, fim.
sim é o que diz, senão.

deita com a santa,
assanha faz de puta
labuta é foda, fela,
cadela, cachorro, uivo.

movimento 4

sabe que depois existe
resiste, tampouco dó
do pó, a tatuagem
da sacanagem, missão

no tranco, explode
escorre amor, frouxa
nas coxas, lisas, brancas
ganha um rio de leite

choram agora, dois
depois se acorrentam
sutiã de cruel algema
aguenta:

-  hora de tudo de novo!




2 comments:

Rita Almeida said...

objetivamente falando, me encanta teu jeito de falar de putaria, assim, com lirismo.

p.s: é impressão minha ou existe aqui um certo tesão por cômodos em ruínas?

Anonymous said...

Acho que eu preciso de um pequeno dicionário do Kama Sutra Ocidental Rattes, pra compreender seu poema... rsrs pois ainda sou inocente demais para algumas destas manobras... rsrsrs. Mas è muito convidativo.