meu portugues esquivo no teu ingles castiço
meu habitus suburbano, em teu francês correto
minha janela aberta, meu espelho quebrado.
meu quarto sujo.
teu corpo que recobra sentidos,
com minhas grosserias e palavrões.
minha barba que cheira conhaque,
na tua nuca.
meu banho dado em ti, na pia quebrada.
nosso banho de gato.
meu convite pra começar de novo.
teu pé, amarrada ao pé da cama.
teu tapa na minha cara, me chamando de
"-menininha"
teu corpo que arqueia, cada vértebra que marca
meu desenho predileto.
meu pedido de casamento, meu choro,
tua coragem, teu sopro.
nossa sociologia crítica da fodinha de corredor
9 comments:
tiago rattes o poeta do arrepio e da reivenção da linguagem
homem que dá banho é sempre pra casar
(mesmo que chore como uma menininha)
Corredor de DM, de MSN ou de FB?
poema forte, rasteiro, fica de pé, sem dúvida. e quando leio e confirmo que gera dúvidas, fico ainda mais empolgado, por que poesia é isso, dúvida e perigo. Parabéns!
No corredor... boa!
e o quarto sujo rolou. :)
e nada nele poderia ter sido diferente, pra que a poesia se concretizasse de forma tão sublime
eu diria que o quarto sujo é algo bem sublime de fato. quantas cabem nesse quarto: :P
"Cabem três vidas inteiras
Cabe uma penteadeira"
blá, blá, blá...
Cabe o que for permitido pelos limites das paredes mudas, surdas e cegas desse quarto...
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