8.8.09

café da manhã

os pés brancos translúcidos de
falanges falanginhas falangetas
marcadas pela magreza elegante
que roçavam pela manhã no meu

pedindo um café da manhã,
mas não, é cedo pra sair debaixo
do edredom, é tarde pra terminar nosso
estudo anatômico acerca da veias azuis que
cismam
em transparecer por este corpo
branco, ainda é cedo.

pela tarde peça torradas ovos quentes
leite morno
café
peça e implore pra que joguemos toda esta
joça pela janela
e que termine tudo em coito louco
pr’aqueu prove a ti
que teus olhos me excitam mais
que as marcas deixadas pelas tiras
da sandália de salto alto.

12 comments:

Florbela said...

talvez seja simples percorrer os caminhos destes versos, tão acesíveis. Ponto para o poeta, que sabe ser pop(ular). Dificil é conhecer as trilhas ingratas que trazem o eu (você, nós?) lírico para esses lençóis. Este caminho das pedras algumas de nós gostaria de conhecer, para ouvir versos dos lábios diretos no canal auricular. (conversinha fiada no ouvidinho). Mas a vida é imjusta (?), cruel. Ou quem sabe todas nós tenhamos é sorte deste poeta não estar livre. No mais, continue assim. Rattes Rocks, Rattes Rules.

Andre de Freitas Sobrinho said...

Um acerto acentuado o teu poema; curto bem essas delicadezas safadas.
pro comentário parecer comigo: tiraria eu o "em" nos versos: "cismam / em transparecer por...". "cismam / transparecer (...)".

Anonymous said...

a velha estratégia Rattes de fazer poesia.

Anonymous said...

a velha estratégia Rattes de fazer poesia.

Anonymous said...

É isso aí poeta !!!! Te amo muito! Beijos
Wania

Thatyane Nardelli said...

Que lindo isso... que momentos tão bem transformados em poesia! Amei!

Luiz Fernando "Mirabel" said...

Simplicidade...bom motivo para escrever.

Capilé o gramático dos blogs...hehehe...

Valeu, meu bom!

Anelise Freitas said...

depois que casa o que muda é que há o coito, mas no meio da madruga um pergunta pro outro quando o bebê chora: vou eu, ou vau você?

Andre de Freitas Sobrinho said...

não sou gramático.
e toda vez q olho pro poema, penso: viado, acertou pacaralho nesse.

Laura Assis said...

Sou a favor de você ler esse no próximo Eco. Lindo no papel (na tela, ok), vai ficar ainda mais quando lido em alto e bom tom. É o tipo de texto com um ritmo que flui fácil, bonito. =)

malavoglia said...

você está proibido de procurar pés no google.

Unknown said...

Carissímo Rattes,
É impossível não se encantar por estes seus versos,camarada!
Versos estes que são tão leves,mas tão profundos,que revelam a genialidade do seu fazer poético!
Sou suspeito,pois mais que seu amigo,sou seu fã.
contudo,não se trata de legislar em causa própria:trata-se,outrossim,de reconhecer que você é um magnifíco Ser Humano e um Explendido Poeta!
Parabéns,Nobre Amigo.

Thiago Pires