16.1.20

Amalá

Para o André Capilé


O grisalho da barba
Na verdade é a cinza da forja.
De letras, mãos calejadas, mas
Bigorna, outrora martelo.

Faz que manca-tartaruga, mas
Persegue a justiça, com sede de águia.
Dos mortos, é o mais vivo,
A beliscar calcanhares.

Para ser rei de toda essa farra,
Não paga simpatia, nem recua.
Nos dentes, carrega a adaga,
Na saliva, métrica alcalina.

O desgrenho da juba, meduso,
É resultado de afago na selva.
Os fios prateados, são raios,
Cantiga cortante quando bate cabeça.

A carranca é só moda de moço,
Já que no machado, liberdade é justiça.
Na ponta dos pés o bailado garante
Sorrir sagaz com o corpanzil.

Xangô (C) Kiko Dinucci 




No comments: