19.2.12

ater-se - ou poema pra ser lido junto

quando das coisas mais íntimas, ela só me tem por inteiro.
acostumo-me a pensar em acariciar seus cabelos,
mania de quem se pega em sonho, devaneios de sofá.

apegado aos meus traços suburbanos, minhas idiossincrasias
acho graça de botecos no Leblon, museus, tatuagens.
desconheço tendências da moda, gestos e flores.

apenas me atenho as marcas produzidas pela sandália nos pés,
as pintas que preenchem a epiderme a cada centímetro de corpo,
o leve fio que desgarra do lábio com batom e arrefece,
a forma como as sobrancelhas dizem o que a boca não diz,
a própria boca - e seus movimentos que muito querem dizer,
a voz - tímida e sem jeito - de quem não sabe o que esperar,
e a espera, representada pelo ritmo ofegante e lento,

apenas me atenho ao que tenho, e talvez não seja pouco.


3 comments:

Anonymous said...

<3<3 coisa linda

Maurilia Abi hackel said...

achei esse ritmo ofegante lento muito bom...belo poema

Anonymous said...

Passei a tarde de domingo contigo...
Foi um prazer ler tuas sutilezas safadas com inúmeras referências aos pezinhos femininos.