deixa eu te contar que eu sinto saudade
deixa eu te saudar na subida pr'o quarto
de nós dois. deixa eu resguardar teu parto
que eu transo um amanhã pra nós dois
deixa
deixa pra depois
não esqueça de teu comprimidinho
a vida é assim, felicidade em caixas
não rasga
minhas cartas
que quando, um dia,
assim como alguém que nada quer,
eu for
de velhice, ou de airbus
você se lembrará pra sempre de mim
Ana Cristina César
5 comments:
de airbus tá foda ultimamente...rs. Bela poesia pra mais bela poetisa.
"assim como alguém que nada quer,
eu for
de velhice, ou de airbus"
fodido de bom, definitivamente, essa vc acertou.
AO ler o poema, fui a procura de que seria Ana Cristina César e encontrei uma jovem cheia de idéias, que deixou a vida bem cedo.
Os versos dela são realmente bons.
É interessante quando uma coisa leva a outra.
Bom poema, boa lição!
ei, tiago. vou adicionar seu blog nos que eu sigo, ok?
Gostei demais desse, achei tão... sei lá, acho que lírico é a palavra.
E também tem essa coisa da linguagem, de "transo um amanhã","teu comprimidinho", "de airbus" que me agrada e tem um quê da casualidade da própria Ana C, que tinha a capacidade (ou a audácia, ou a falta de noção)
de colocar coisas como Billy the Kid e Drácula em um poema. =)
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