12.12.08

então...

um poeta deve escolher as palavras com que grau de atenção? o vernáculo, o pendão, a lingua pátria, o dicionário. Mc Manu (el) Bandeira já deteve o ímpeto dos virtuosos ao anunciar em sua "Poética" a morte do lirismo careta, do antilirismo-antilibertação. eu quero é comer palavras pela cara que elas têm. eu escolho assim meu alimento. eu olho bem pra cara dele, cheiro, e depois devoro dentro da noção do que é mais agradável. o melhor exercício da palavra é fazê-la ter um valor estético. mas não esqueçam. a palavra nasce pra ser dita. seja com a boca. seja com as mãos. é por isso que não consigo pensar muito nelas. guardo meu tempo pra ficar armando estratégias para assustar senhores e senhoras. deixa camões dormir sossegado. ele lá, eu cá. tipo uma estátua de bronze. eu recorro a ele tipo turista de frente pra drummond no rio, ou itabira. sento e tiro uma foto. mas drummond é mais vivo que camões. drummond é hoje o eixo estruturante. em volta, somos todos luzes de natal. mas quem brilha mais é oswald, bandeira, romano, chacal. é por isso que um poeta deve escolher bem as palavras. sem virtuose.

versos da hora:

ei minha nobre dama
larga essa pose singela
se enxerga
a cama, mesa
me banha

2 comments:

Lara Romano Daibert said...

pronto!
fique à vontade!

www.laradaibert.blogspot.com

Anonymous said...

Salve Tiago, sem dúvida Drummond é assim, um guia, carro chefe de nossa poesia. Parabéns pela visão de literatura, pelo talento de seus escritos. Venha um dia lançar teus livros em Pernambuco.
Um grande abraço