4.12.08

Duas poesias


APRENDIZADO

ao Fernando Fiorese

nesta cidade aprendi a ser poeta
(se é que isso se aprende)
doutorei-me nas mesas de bar
nos colos alheios, nas páginas dos livros
nos artigos e seus incísos
e nas ruas
por onde andei obsessivamente
calculando os metros percorridos
no chão pisado por personagens
de destaque ou anônimos
fiz banco de escola.
meu dicionário sempre foi
o “Mínimo” onde encontrei sentido
nas palavras
fiz da vida urbana uma sacada
a olhar passar os carros
as moças, os fatos
os versos que eu aprisiono no papel



ARREMEDO MALANDREADO

à memória de Oswald de Andrade

diz o culto português
na expectativa da chegada
do coletivo:
“lá vem o ônibus...”

na minha terra
resconstrói-se
a lingua máter
num arremedo malandreado e dizem:
“ê-vem o ônibus...”

e todo mundo é feliz
eveindo vida a fora...

4 comments:

Anonymous said...

Querido Tiago,
Muitíssimo obrigado pelo carinho da dedicatória.
Um grande abraço,
Fernando Fiorese
(fernando.fiorese@acessa.com)

Anonymous said...

Eu tive o prestígio de ver ao vivo esse arremedo. Parabéns poeta. Você é a pérola da nova geração!

Anonymous said...

Sim, escrevo.
Justíssima dedicatória. Fiorese expira as inspirações na gente sem nem pedir licença. Saudade das aulas.

Ouvidos versos na real, Lê-los cá é como mirar o espelho pela manhã.

Criar constância, mineiro.
Beijos.

Usuale said...

"Que é o Natal? É a ternura do passado, o valor do presente e a esperança do futuro. É o desejo mais sincero de do que cada xícara se encha com bênçãos ricas e eternas, e de que cada caminho nos leve à paz."

Autor: (Agnes M. Pharo)
Texto tirado do siite: http://www.ziipi.com/result?pesquisa=frases+natal