- olhos de estanho, um mormaço na alma.
de dentro, impossível não ser cirúrgica
a retirada de estilhaços incandescentes.
entende: é um istmo que serve de calço.
enlaço, é frívolo o recurso do dístico.
não anota em suas anáguas as memórias.
pela hora teme - ritmo das mágoas.
se a pele revolveu a dentro, por anos
supomos aceitar a carne-fora exposta.
vermes e veias, tingidos tão rubros:
um urro ao pousar de uma borboleta.
como contraste de pele alva ferida,
pele branca de urso polar em sangue.
devoramos todos, com claros dentes,
os mesmos que desacatamos sorrisos.
mas
diante o aço que brilha, um estranho:
em caso de emergência, não titubeie.
quebre o impostor que agora habita
inconvenientemente o espelho.
3 comments:
Amei!
esse poeta antes socava o coração. agora deu pra socar o estomago. bravo!
As imagens que nos outros fazemos de nós são perniciosas. Anulamo-nos sem vermos que vermes somos somos somos somos somos
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